Dão algumas razões para condenar esse uso. Dizem que é desnecessária a repetição de conjunções adversativas, que é um defeito de linguagem, que é um pleonasmo vicioso, etc.
Ledo engano, que injustamente condena uma expressão correta e sã.
Em "mas porém" não há repetição de duas conjunções adversativas, porque aí o "porém" não é conjunção adversativa. Vou explicar.
"Porém" vem do latim proinde, que, dentre outros significados, tem a significação de "por isso".
Eis um esquema da variação da palavra:
proinde > por ende > pro en > por en
Em outras palavras, "mas porém" é uma maneira antiga de se dizer "mas por isso..."
Trata-se, portanto, de um arcaísmo, e não de um vício de linguagem.
N.B.: "mas porém" é encontrado em Camões (Os Lusíadas, 6.18) e também em Guimarães Rosa (Grande Sertão: Veredas): "Mas porém, o chefe nosso, naquele tempo, já era - o senhor saiba -: Zé Bebelo!"
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