Imagine ler um texto e encontrar as palavras escritas da seguinte maneira:
diphthongo, grammatica, lyrio, orthographia, pharmacia.
Até o início do século XX a grafia do português baseava-se na ortografia etimológica, em que se leva em conta a história da língua. Assim, "pharmacia" escrevia-se com "ph" porque é uma palavra derivado do grego "phármakos".
Em 1911, em Portugal, essa ortografia deixou de existir a partir de uma ampla reforma ortográfica (que seguiu a Implantação da República Portuguesa em 1910).
Em 1945, tentou-se o primeiro Acordo Ortográfico entre Brasil e Portugal. A partir daí caiu, por exemplo, o acento diferencial utilizado em palavras como "êle", "gêlo", "sôbre", etc.
Em 1990, realizou-se um novo acordo ortográfico, agora assinado por Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, entre outros. É esse o acordo que regulamenta nosso atual sistema de ortografia. Passou a viger no Brasil a partir de 2016, e em Portugal, a partir de 2012, embora alguns portugueses cabeças-duras ainda teimem em não segui-lo (recentemente adquiri um livro de Portugal, publicado em 2017, e, na ficha de descrição estava escrito: a presente edição não segue a grafia do novo acordo ortográfico).
É um acordo ruim? Não, é muito bom, mas não quer dizer que seja perfeito. Neste artigo e em alguns outros, vou apontar algumas novidades que julgo serem pontos deficientes.
-Hífen dos substantivos e adjetivos compostos
Antes do acordo, os substantivos compostos formados por dois elementos por preposição eram hifenizados: pé-de-moleque, mula-sem-cabeça, pão-de-ló. Nessas palavras, o hífen não existe mais. Vejamos o plural dessas palavras
pé de moleque --- pés de moleque
mula sem cabeça --- mulas sem cabeça
pão de ló --- pães de ló
Entretanto, o hífen continua existindo em alguns substantivos e adjetivos considerados como "consagrados pelo uso": cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, joão-de-barro, peroba-do-campo.
A questão é: como saber se a grafia já foi consagrada pelo uso? Só há uma solução: consultar o VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa - consultar no site da Academia Brasileira de Letras)
"Última flor do Lácio, inculta e bela"
com o Professor Waldir Moreira
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